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boas dicas, miados, risos

TOCA RAUL

10 outubro 2003

O mundo é pequeno e gay. Eu quero ser gay, mamãe, estou me sentindo deslocada. Fui ontem na casa da dona do meu apartamento, a Nora, meio que faço um baby sitting pra ela. Ela me perguntou se eu conhecia a tal da Astrid, de Berlim, que queria ficar com o apartamento em que estou agora. A Astrid é uma guria que o vocalista da minha ex-banda chamou pra cantar. Ela chegou e tomou o ponto não só de cantora, como de maestrina, diretora artística e coordenadora musical, enfim, todos os cargos artísticos de liderança que se possa acumular. Sem ao menos ter assistido a UM ensaio. E queria me dar aulas de canto e de ritmica, coitadinha. Enquanto jantávamos, eu sentada de frente pra parede vinho daquela imensa sala Elisabetana, ela me contou que a Astrid queria morar onde eu moro, mas que nunca mais deu notícia e a Nora largou mão e agora estou eu lá. A Nora também recém chegou nesta casa enorme, de paredes coloridas. Os locatários disseram que os antigos moradores, apesar de terem feito diversas reformas, nunca pagaram o aluguel e então foram despejados. Também contou que encontrou uma foto de duas mulheres maquiadas de preto na cozinha. E que, um dia de manhã, um vizinho de roupão e cigarro na boca perguntou, fissuradíssimo, por uma mulher. Ela disse que agora morava lá uma família e ficou imaginando o que teria sido aquele quarto mais escuro da sua nova casa...Seu marido trabalha no jornal "Wiener", podre jornal, um NP austríaco. Recebeu fotos de uma putinha alemã, sado-masô, cujas feições achou famiiliares. E todas estas informações foram reunidas neste nosso jantar de ontem. Conclusão: a Astrid, que queria morar onde eu agora moro, de propriedade da Nora, morava onde agora a Nora mora. Seu namorado, traficante, foi preso e denunciou amorosamente a namorada, que já saiu da prisão, na Alemanha, de onde não deveria ter saído. Ela, que devia ser sua locatária, havia morado onde ela mora, conseguiu ser odiada pelos senhorios e com certeza mantinha uma sala de "torturas" no quarto do canto do enorme apartamento elisabetano. Enfim, o mundo é pequeno. Agora, por que gay? Bem, a Nora também conhece o Otto, companheiro de casa agora do Roman, há mais de 20 anos. Quando eu contei que meu queridinho mora agora com ele, ela perguntou "eles estão juntos? Porque o Otto eu sei que já passeou pelos dois lados..." Agora me diga, mamãe, sou ou não sou uma conservadora careta desintegrada?
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