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boas dicas, miados, risos

TOCA RAUL

24 setembro 2003

Moro quase na esquina da Margaretenstraße. Uma rua agitada. No último final de semana aconteceram, ao mesmo tempo, o Hallamasch e a Lange Nacht der Museen. E, no sábado à noite, o movimento aqui da janela do 1o. andar foi grande. Hallamasch é um festival das culturas. Afinal, aqui não é o Brasil, onde muitas culturas fazem uma só, por isso mesmo diversa e curiosa e exótica e o-que-+-se-queira-dizer-sobre-ela. Aqui convivem turcos e curdos. Convivem, não casam entre si. Então tem o Hallamasch, porque é aquela história: no coral, no movimento cultural, o importante é o aqui-agora, é cantar direito e olhar pra frente. Brigar não ajuda. O Hallamasch, como eu já havia dito, é uma mostra das diversas culturas aqui habitantes. Eu ouvi música judaica, enquanto procurava o tal desfile da samba-Schule, ou seja, escola de samba. Aliás, a reunião de TODAS as Sambaschule da Áustria, comandadas pelo rasta paulista Mateus Não-me-lembro-desculpem-o-quê (que mereceu história documentada no filme "Latinos auf der Suche" (Latinos em busca), único filme gratuito no Schikaneder, efeméride). Enfim, a samba-schule chegou e, no palco, o "Só de sacanagem" tocou, além de pagode, a música da sereia que deu na praia, parceria Herbert Vianna e Ministro da cultura do Bragil), a cujo refrão nós e nossos teores alcoólicos prontamente respondemos: AAAAAAAAAHHHHHH! Fim do Brasilianisches Teil no Museumsquartier, entrou A BANDA (porque a ela nem os pífaros de Caruaru se equivalem) de música balcânica e decibéis metálicos acima de 20 kHz. Neste momento, eu sentava numa esquina, entre a Marta e o Fernando. Quase ao mesmo tempo, ouvi da Marta "Que merda!", enquanto o Fernando exclamou "Isto é lindo!". Tamanha contradição merecia uma JANTA e fui pra casa, antes de mais um filme do Schikaneder, no caso, um baseado no livro do Gabriel Garcia Marques, "Cartas do Parque". A dúvida sobre a obrigatoriedade ou não de um ingresso reinava e eu resolvi perguntar para uma esperante, peguei no braço dela e comecei "Por acaso a senhora sabe...", no que ela vira e me olha: "Sabe o quê, Laura?", Putz!, era a irmã do vocalista desejado e não comido Pavel Baxant, a pop-star Bárbara Baxant, integrante da banda de 2 "Silicone Pumpguns". Ela sempre vem com este papo e elogia meu alemão e eu disse pra ela que ela era sempre tão legal e ela "pois é, bonitinha, mas ordinária...isto é um complexo Baxant, Laura!". Momento sério naqueles olhos fundos (terá ela sofrido tanto?). Eu, filosofando, afinal, estes irmãos Baxant, eles todos são um "Ente" só, cada um deles é uma parte do ser "Baxant". Sem dinheiro para pagar os 7€ da entrada, joguei-me novamente na ciclovia da Margaretenstraße, esta rua tão plural, tão pouco rural, uma pequena outra cidade em Viena...
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