artevida

Pobre Menino Rico

Ele me ligou ao meio-dia e disse "Consegui!!". Pensei: me encontrar, o que nao é fácil, mas agora eu tenho um molecular da T-Mobile e nao será mais problema? Nao, ele conseguiu acordar cedo e vir pra Viena renovar o pasaporte. Ele mora a 2 horas e meia de trem daqui. Chegou e tomamos uma cervinha na cozinha. Daí ele ligou pra uns amigos à procura de alimento para a alma e bem, nao conseguimos nada além de uma dica de bar onde ia rolar música brasileira. Aqui perto, fomos a pé. Sentamos no balcao e o cara já tava ali. Que que vai rolar aí, perguntei? "Um pagodinho devagar, é o que a gente sabe fazer..." Falsa modéstia, o cara liberou uma das duas entradas de €5, pra vc ver que a situacao faz o ladrao, nunca que eu pagaria 20 Lulas no Brasil pra ouvir pagode!!! Depois chegou o Wagner, o guitarrista que nao vai, ficou alialucinando sem qualquer alucinógeno na cabeca, só seus próprios e desorganizados neurônios. Me falou que tava pirando no tal do Max MSP, um puta programa de multimídia, uma loucura total. E eu disse que nao é à toa que os caras sao chamados de "nerds". Afinal, pagamos a dolorosa entrada e descemos no porao. Uma moreninha dancava realmente um samba, uns austríacos pulavam amarelinha no salao e umas austríacas até que levavam jeito. Uns africanos de terno cinza olhavam e a garconete era muito simpática. Nao resisti e pulei na pista, extrava-zei, literalmente, ai ai, sou furada. Pra quem tava morta, nem parecia. Tô precisando de um spa!! O Wagner e sua partner austríaca risonha pareciam aquelas duas criancinhas que se misturam no meio dos adultos na festa de família, tao contrastante era seu ritmo. Nos breaks o dj colocava um forró e entao o pobre menino rico dancava. O negócio dele é latino e forró, no samba ele nao remelexe tanto. Mas leva jeito. A cerveja cara como sempre e nao aguentava mais fumar os caretas, mas tava divertido. Mas divertidas mesmo foram as histórias que o Pobre Menino Rico me contou...