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boas dicas, miados, risos

TOCA RAUL

20 fevereiro 2003

PARA LER NAO OBRIGATORIAMENTE NESTA ORDEM

FLORIANÒPOLIS - Outubro 2002
Café Matisse - CIC
Lá pelas tantas, nums papeizinhos em cujo verso diz "Pierrot Lunaire"

Com prazer escolheria as músicas que gostaria de cantar e cantaria. O rapaz cabeludo da mesa próxima à parede é certamente um metaleiro. A garconete Iara parece estar rindo de mim, mas a cantora diz "I´ll always be king of pain".

Um composto de memória - desejo - melancolia nas progressoes harmônicas e, ao final de cada chopp meu, minha progressao alcoólica. Basta agora querer fazer-se ver, mostrar-se. O garcom me olha, mas ele é gay.

A cantora nao é careca. Seus cabelos parecem-se com os meus e o violao folk do acompanhante parece ter saído dos meus desejos de ribalta. Esta frase está enorme!

O cenário e os personagens no palco mudam sempre. Mas minha visao aqui do banco-balcao, nao. Há anos que parece a mesma. Tenho esta mania de sempre achar diferente o igual. E eis que, enquanto estranho, reconheco. E este é o motivo pelo qual registro.

Fico esperando uma música de que eu nao goste pra ver se eu saio deste estado azul e mudo pra raiva. A diferenca de nao se estar amando e se estar é que, no primeiro caso, há um alvo e, por isso, uma busca mais desesperada. No meu caso, estou nos contornos do tédio. Entao, há mais ou menos um ano que freqüento bares sozinha e confesso que aprecio muito os ambientes, com ou sem emocao.

Vou me disfarcando
enquanto posso
os extraterrestres somos nós
um dia todos seremos compridos e olhudos
tudo isto eu pensei que primeiro

O futuro previsto pra estes papeizinhos é uma peca pra violao solo que eu preciso escrever. E acho que nao há nada mais honesto do que confessar em público a dificuldade minha de criar para o Mário interpretar. A Iara grita e o garcom Márcio tem de atender ao pedido. O cabelo da cantora é realmente igual ao meu.
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