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boas dicas, miados, risos

TOCA RAUL

08 fevereiro 2003

BERLIN - ACUD
Teresa e Berndt, casal multicultural, ele de Berlim oriental, dela era Recife a cidade natal. Na quarta-feira africana do ACUD, a banda de Mocambique tocava o suíngue. Já sabia eu que Teresa nao andava lá muito bem com seu partner. Pensava em situacoes absurdas, após as quais imediatamente vinha a auto-repreensao: namorado de amiga, jamais! Sentamos eu, Teresa e Marta no meio e Denis na ponta, sobre uma caixa de frutas, lugar pequeno, muito calor humano. Estávamos em frente ao palco e eu me aproximava de Denis para poder ouvir o que ele dizia, em alemao. Na maioria das vezes, a conversa durava umas 3 frases, pois o som, o efeito de barbitúricos e a língua eram uma combinacao que exigia, no mínimo, um pouco mais de disponibilidade mental da minha parte, além de uma colaboracao externa, como já dito antes, inexistente. Enfim, conversava muito proximamente com Berndt, até ele me dizer que queria ir embora. Teresa e Marta conversavam, claro, também muito proximamente, era constrangedor ver as tentativas frustradas de aproximacao do discreto namorado alemao fotógrafo. Alguns ires e vires mais tarde, com êxito ele beijou sua namorada apaixonadamente e levantou-se. Ao final da minha próxima expiracao, Teresa foi atrás. Perguntei a Marta se havia alguma coisa de errado. Ela disse que Teresa desconfiava que uma garota estivesse seguindo Bernt. Talvez fosse pura paranóia. Muita paixao. Na próxima cena, Teresa volta sorrindo. A banda está cantando uma cancao de romântica, em Português, “ nossas palavras de amor”, uma salsa. E entao? Teresa descreve a cena. Berndt foi, a garota foi realmente atrás e, ainda na sua cola, Teresa. Foram assim, os três pela Rosenthaler Straße até a entrada do edifício onde morava o casal. Em sua determinacao, logo que Berndt coloca a chave na fechadura, a garota estende a mao para tocar em sua jaqueta e é neste exato momento queTeresa, logo atrás, chama “Berndt!”. O gesto inválido da mao traidora se desfaz, a garota recua, finge que nao era esta a intencao e Teresa continua, agora bem próxima: ”Por que você está tao distante hoje?” Eu ouvindo esta história e a banda: “Amor roubado!” Volta o relato: “Ontem você disse que me amava e hoje seu olhar foge”. Teresa ouve também a banda e canta, feliz, “amor roubado”. Nao hoje, disse ela, desta vez, nao.
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